E para a surpresa de Flambarda, quem estava lá era o professor Elimar Caetano estava lá, o que causou uma reação mista de conforto e insegurança. Ele realmente não transpirava nenhuma forma de hostilidade, mas como diabos ele entrou em casa, mas ao passo que ela se perguntava, parecia que ele estava lendo a mente dela.
- Está tudo bem, sua mãe me deixou entrar.
- Mas o que...
- Eu vim conversar com você. Podemos ir até a cozinha?
- Eu... não sei...
- Mas você sabe que é a melhor escolha a ser feita, não sabe?
Ela cogitou por um tempo - "Oras, eu não sei quem esse cara é exatamente. Eu lembro que eu o vi lá na SDRJ. Isso significa que ele também sabe coisas sobre druidas e que por mais que aparente ter uma idade avançada, ele deve ser capaz de me derrubar sem problemas e até agora não o fez. Eu não tenho como passar por ele. Ele está completamente certo, é o melhor a fazer." - e logo assim que saiu de seu momento estático ela voltou. - "Pera, como é que eu fiz isso?"
O Professor Elimar é um homem alto que aparenta ter uma idade bem avançada, bem mais que o careca do Rain. Os cabelos e barbas brancas não o permitem disfarçar isso, mas poderia ser apenas estresse excessivo. O seu tronco também era bastante largo e ele era gordo mas a altura disfarçava isso um bocado. Ele usava roupas sociais, óculos e tinha aquele ar de avô super sábio.
Ele notou o momento de introspecção dela e a respeito convidando-a para ir até a cozinha com um gesto. Ele se sentou de uma forma curiosa porque ele realmente não era de casa, mas até a forma com a qual ele o fez não pareceu nem um pouco desrespeitosa. Ele a esperou pacientemente, mas o jeito dela certamente não daria esse tipo de brecha.
- Você quer um ovo mexido pelo menos. - Ela perguntou?
- Eu aceito.
- Bom, pelo menos esse eu sei fazer. - Ela disse tentando jogar conversa fora e pegava um ovo da geladeira.
- E sobre o que gostaria de conversar enquanto cozinha?
- Eu... - Ela hesitou pegar o óleo por um instante. - ...não sei. - E pegou o óleo ainda assim para por na frigideira. - Não é algo que eu estou acostumada a fazer.
- Cozinhar ou conversar?
- Acho que cozinhar. Eu converso bastante com as minhas amigas. - "Não, Flambarda sua estúpida. Pare de falar sobre você." - Você costuma a invadir a casa de outras pessoas?
- Sua mãe me pediu para conversar com você sem a presença dela. Ela acha que não seria capaz de lhe explicar a razão disso tudo.
- E você vai me explicar? - Ela disse, antes de ligar o fogo para fazer o ovo mexido.
- Eu humildemente aceitei esta tarefa pois acreditaram que eu era o mais indicado para ela. Acho que muitas coisas estão acontecendo e você não está sabendo lidar com a quantidade de eventos na sua vida.
- Eu? Estou lidando maravilhosamente bem. - Flambarda tentou disfarçar. - Consigo até fazer um ovo mexido! - "Esse cara é bom! Como ele sabe tanto?"
- Eu primeiro gostaria de tranquilizá-la. Você escutou da sua mãe que você está destinada a cumprir uma profecia, correto? - Ele deu uma pausa mas ela se manteve em silêncio. - A parte chata das profecias é que, teoricamente não há como escapar delas. Então se você vai salvar o mundo de acordo com a profecia, porque é que você está preocupada?
Flambarda colocava o ovo mexido em um prato conforme raciocinava e via que aquilo fazia sentido. Não era só o fato dele encadear as coisas logicamente, mas o jeito dele de falar também a confortava. Ela serviu o prato de ovo mexido com um garfo mas rebatendo as perguntas de volta.
- É porque nós não somos preparados para isso. Nós vemos muitos filmes de profecias não cumpridas, e muitos relatos de falsos profetas que levam as pessoas pro mesmo buraco que ele vão se enfiando e isso gera medo! Como eu não me assustaria!?
- Isso implica em dizer que sua mãe é uma falsa profeta, não? - Ele falou comendo lentamente.
- E é claro que é! Escondeu isso de mim o tempo todo!
- Mas e tudo o que ela lhe revelou até hoje não conta?
- Ei! - "Droga eu tenho que tomar o controle da situação!" - Eu não preciso ficar aqui respondendo suas perguntas.
- Eu acredito que você percebe que está chegando mais perto de descobrir a verdade. - Ele deu mais uma garfada. - Eu insisto que continuemos.
- Você fala demais como se conhecesse minha mãe. O que sabe sobre ela?
- Eu conheci não só sua mãe como seu pai, que era um incrível druida. Sua mãe apenas fez o que você está tentando fazer, que é correr desse mundo diferente.
- E por que vocês não deixaram?
- Nós tentamos afastar seu pai, mas é mais complicado do que parece. Acho que você está percebendo o quão difícil é.
- Então use seus poderes e remova essa luva de mim! Daí minha vida volta ao normal.
- Nós gostaríamos, mas nós não sabemos como fazer isso. Acredite, nós tentamos remover muitas luvas no passado.
- Então não tem jeito... - Ela disse para si mesma.
- Não estamos cogitando a possibilidade de cortar a sua mão, então você está certa. - Flambarda não sabia se ficava confortada ou insegura após essas afirmações.
- O-kay... - Um silêncio se instaurou temporariamente, mas ele o quebrou após a última garfada no ovo mexido.
- Você precisa do seu tempo para pensar sobre tudo o que está acontecendo.
- Fácil pra você falar.
- Eu compreendo que não estou na sua pele para viver o que você vive, mas é algo que eu lhe recomendo, afinal você não é uma detetive a toa.
- Se é tão importante, então por que você não vai embora e me deixar assistir minha Netflix e descansar? - Ela disse rispidamente.
- Não se preocupe. - Ele disse se levantando. - Acho que já conversamos bastante.
- Peraí, você tá desistindo de me explicar as coisas agora!? - Ela reclamou indignada.
- Mas você acabou de pedir para ficar só!
- Sim, mas você tem que insistir!
- Você precisa se decidir se quer que eu fique ou não.
- Eu não sei! - Ela disse, jogando a frigideira na pia de raiva consigo mesma. - Eu não sei! Eu quero saber o que diabos está acontecendo mas também não quero saber porque está ficando cada vez mais estressante! Tá cada dia mais foda de levantar de cama! Eu só quero que o mundo pare por um instante pra eu poder me achar! - Uma pausa longa se fez, ela respirou fundo e tentou não destratar o professor. - Por favor, sai. Eu só quero ficar no meu canto.
- Tudo bem então. - Ele disse fazendo uma mesura gentil. - Estamos esperando o seu retorno, detetive. - E saiu pela porta, fechando-a.
Flambarda foi para o quarto e ligou a netflix como era de costume, sem saber exatamente o que assistir, conforme passava a programação ela matutava consigo mesma:
"Detetive... Por que diabos ele me chama de detetive. Eu lembro que naquele cartãozinho maldito está escrito detetive elemental, mas o que isso tem a ver? Eu liberei ele sem obter as respostas que eu precisava, eu sou uma filha da puta mesmo, mas se minha mãe estava envolvida nisso de alguma forma. Isso quer dizer que eu estava pré-disposta a entrar nesse mundo. Resta saber se fui eu quem o encontrei ou se foi ele quem me encontrou."
Ela acabou dormindo sem ver qualquer programa deixando a televisão ligada ás cinco horas da manhã.
- Está tudo bem, sua mãe me deixou entrar.
- Mas o que...
- Eu vim conversar com você. Podemos ir até a cozinha?
- Eu... não sei...
- Mas você sabe que é a melhor escolha a ser feita, não sabe?
Ela cogitou por um tempo - "Oras, eu não sei quem esse cara é exatamente. Eu lembro que eu o vi lá na SDRJ. Isso significa que ele também sabe coisas sobre druidas e que por mais que aparente ter uma idade avançada, ele deve ser capaz de me derrubar sem problemas e até agora não o fez. Eu não tenho como passar por ele. Ele está completamente certo, é o melhor a fazer." - e logo assim que saiu de seu momento estático ela voltou. - "Pera, como é que eu fiz isso?"
O Professor Elimar é um homem alto que aparenta ter uma idade bem avançada, bem mais que o careca do Rain. Os cabelos e barbas brancas não o permitem disfarçar isso, mas poderia ser apenas estresse excessivo. O seu tronco também era bastante largo e ele era gordo mas a altura disfarçava isso um bocado. Ele usava roupas sociais, óculos e tinha aquele ar de avô super sábio.
Ele notou o momento de introspecção dela e a respeito convidando-a para ir até a cozinha com um gesto. Ele se sentou de uma forma curiosa porque ele realmente não era de casa, mas até a forma com a qual ele o fez não pareceu nem um pouco desrespeitosa. Ele a esperou pacientemente, mas o jeito dela certamente não daria esse tipo de brecha.
- Você quer um ovo mexido pelo menos. - Ela perguntou?
- Eu aceito.
- Bom, pelo menos esse eu sei fazer. - Ela disse tentando jogar conversa fora e pegava um ovo da geladeira.
- E sobre o que gostaria de conversar enquanto cozinha?
- Eu... - Ela hesitou pegar o óleo por um instante. - ...não sei. - E pegou o óleo ainda assim para por na frigideira. - Não é algo que eu estou acostumada a fazer.
- Cozinhar ou conversar?
- Acho que cozinhar. Eu converso bastante com as minhas amigas. - "Não, Flambarda sua estúpida. Pare de falar sobre você." - Você costuma a invadir a casa de outras pessoas?
- Sua mãe me pediu para conversar com você sem a presença dela. Ela acha que não seria capaz de lhe explicar a razão disso tudo.
- E você vai me explicar? - Ela disse, antes de ligar o fogo para fazer o ovo mexido.
- Eu humildemente aceitei esta tarefa pois acreditaram que eu era o mais indicado para ela. Acho que muitas coisas estão acontecendo e você não está sabendo lidar com a quantidade de eventos na sua vida.
- Eu? Estou lidando maravilhosamente bem. - Flambarda tentou disfarçar. - Consigo até fazer um ovo mexido! - "Esse cara é bom! Como ele sabe tanto?"
- Eu primeiro gostaria de tranquilizá-la. Você escutou da sua mãe que você está destinada a cumprir uma profecia, correto? - Ele deu uma pausa mas ela se manteve em silêncio. - A parte chata das profecias é que, teoricamente não há como escapar delas. Então se você vai salvar o mundo de acordo com a profecia, porque é que você está preocupada?
Flambarda colocava o ovo mexido em um prato conforme raciocinava e via que aquilo fazia sentido. Não era só o fato dele encadear as coisas logicamente, mas o jeito dele de falar também a confortava. Ela serviu o prato de ovo mexido com um garfo mas rebatendo as perguntas de volta.
- É porque nós não somos preparados para isso. Nós vemos muitos filmes de profecias não cumpridas, e muitos relatos de falsos profetas que levam as pessoas pro mesmo buraco que ele vão se enfiando e isso gera medo! Como eu não me assustaria!?
- Isso implica em dizer que sua mãe é uma falsa profeta, não? - Ele falou comendo lentamente.
- E é claro que é! Escondeu isso de mim o tempo todo!
- Mas e tudo o que ela lhe revelou até hoje não conta?
- Ei! - "Droga eu tenho que tomar o controle da situação!" - Eu não preciso ficar aqui respondendo suas perguntas.
- Eu acredito que você percebe que está chegando mais perto de descobrir a verdade. - Ele deu mais uma garfada. - Eu insisto que continuemos.
- Você fala demais como se conhecesse minha mãe. O que sabe sobre ela?
- Eu conheci não só sua mãe como seu pai, que era um incrível druida. Sua mãe apenas fez o que você está tentando fazer, que é correr desse mundo diferente.
- E por que vocês não deixaram?
- Nós tentamos afastar seu pai, mas é mais complicado do que parece. Acho que você está percebendo o quão difícil é.
- Então use seus poderes e remova essa luva de mim! Daí minha vida volta ao normal.
- Nós gostaríamos, mas nós não sabemos como fazer isso. Acredite, nós tentamos remover muitas luvas no passado.
- Então não tem jeito... - Ela disse para si mesma.
- Não estamos cogitando a possibilidade de cortar a sua mão, então você está certa. - Flambarda não sabia se ficava confortada ou insegura após essas afirmações.
- O-kay... - Um silêncio se instaurou temporariamente, mas ele o quebrou após a última garfada no ovo mexido.
- Você precisa do seu tempo para pensar sobre tudo o que está acontecendo.
- Fácil pra você falar.
- Eu compreendo que não estou na sua pele para viver o que você vive, mas é algo que eu lhe recomendo, afinal você não é uma detetive a toa.
- Se é tão importante, então por que você não vai embora e me deixar assistir minha Netflix e descansar? - Ela disse rispidamente.
- Não se preocupe. - Ele disse se levantando. - Acho que já conversamos bastante.
- Peraí, você tá desistindo de me explicar as coisas agora!? - Ela reclamou indignada.
- Mas você acabou de pedir para ficar só!
- Sim, mas você tem que insistir!
- Você precisa se decidir se quer que eu fique ou não.
- Eu não sei! - Ela disse, jogando a frigideira na pia de raiva consigo mesma. - Eu não sei! Eu quero saber o que diabos está acontecendo mas também não quero saber porque está ficando cada vez mais estressante! Tá cada dia mais foda de levantar de cama! Eu só quero que o mundo pare por um instante pra eu poder me achar! - Uma pausa longa se fez, ela respirou fundo e tentou não destratar o professor. - Por favor, sai. Eu só quero ficar no meu canto.
- Tudo bem então. - Ele disse fazendo uma mesura gentil. - Estamos esperando o seu retorno, detetive. - E saiu pela porta, fechando-a.
Flambarda foi para o quarto e ligou a netflix como era de costume, sem saber exatamente o que assistir, conforme passava a programação ela matutava consigo mesma:
"Detetive... Por que diabos ele me chama de detetive. Eu lembro que naquele cartãozinho maldito está escrito detetive elemental, mas o que isso tem a ver? Eu liberei ele sem obter as respostas que eu precisava, eu sou uma filha da puta mesmo, mas se minha mãe estava envolvida nisso de alguma forma. Isso quer dizer que eu estava pré-disposta a entrar nesse mundo. Resta saber se fui eu quem o encontrei ou se foi ele quem me encontrou."
Ela acabou dormindo sem ver qualquer programa deixando a televisão ligada ás cinco horas da manhã.
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