"Toda tatuagem tem uma história, mas o que poucos sabem é que toda história tem uma tatuagem."
Essa era a frase preferida de Kusanagi, o tatuador de Shinsekai. Seu estúdio de tatuagens humilde estava de pé há 20 anos. Muitos clientes vinham de diversas partes do mundo apenas para se tatuar com ele. Boa parte do pagamento dele também era advindo de Yakuzas, que também aproveitavam o serviço para lavar o dinheiro fazendo dele alvo de corrupção passiva, mas honestamente, ele não estava nem aí, o que ele queria fazer era tatuar, e através das tatuagens, contar as histórias.
O problema era que conforme o tempo ia passando, a sua filosofia aos poucos ia se transformando em loucura, ele era um japonês mediano, do tipo que você vê nas ruas de qualquer outro ponto de Osaka. Quem imaginaria que ele começaria a saquear cemitérios? Na calada da noite, com a ajuda de alguns funcionários do necrotério local, Kusanagi começou a exumar corpos, e tatuá-los, com o único propósito de tatuá-los.
O que Kusanagi fazia era crime e ele tinha consciência disso. Ele assumiu o risco de ser preso caso a polícia o pegasse e começou a contar a história do Japão através de tatuagens nesses corpos. Ele foi na biblioteca mais próxima e obteve uma porção de livros de história e passou a fazer tudo o que já fora declarado tatuando os eventos históricos sempre de baixo para cima, mas organizando os corpos similarmente a um mangá, ou seja, a sequência de leitura era da direita para a esquerda.
Outros cuidados eram necessários como embalsamar os corpos para evitar que o cheiro de podridão tomasse conta do lugar onde eles eram armazenados, além de tudo, um corpo morto não cicatriza, então a forma de tatuagem era completamente diferente muito similar a uma pintura em um quadro pelo menos não ortodoxo, mas gerava um certo prazer curioso porque a técnica necessária era diferente daquela que ele usa em corpos vivos.
Por causa disso, Kusanagi passou a atender um pouco mais tarde, mas por alguma razão suas habilidades de desenho e de tatuagem cresciam de forma inimaginável, o que fazia com que mais e mais clientes aparecessem para fazer as tatuagens com ele, sempre mantendo a sua filosofia de que toda a história tinha uma tatuagem. Esse processo parecia até bastante confuso para seus clientes, pois ele imergia na história e todo o desenho feito continha emoções pelo menos muito similares as quais as pessoas sentiram nos momentos que elas desejavam registrar em seus corpos.
Só que a doença acometeu Kusanagi devido aos corpos que lentamente apodreciam em sua casa. Por mais que ele tentasse mantê-los conservados, a química necessária para tal lentamente drenou a vitalidade de seu corpo, fazendo com que ele morresse jovem. Ele foi encontrado por um cliente que o viu deitado no chão e chamou a polícia.
Não se sabe se Kusanagi conseguiu tatuar todas as histórias que existiam antes de sua morte, afinal não se sabe nem se elas são enumeráveis, mas antes de morrer ao perceber a doença, ele deixou uma mensagem para quem quer que fosse em seu velório, ou seja, o coveiro.
"Toda tatuagem tem uma história, toda história tem uma tatuagem. Tatuei muitas histórias em muitos corpos, seriam essas tatuagens as tatuagens da minha história?"
Essa era a frase preferida de Kusanagi, o tatuador de Shinsekai. Seu estúdio de tatuagens humilde estava de pé há 20 anos. Muitos clientes vinham de diversas partes do mundo apenas para se tatuar com ele. Boa parte do pagamento dele também era advindo de Yakuzas, que também aproveitavam o serviço para lavar o dinheiro fazendo dele alvo de corrupção passiva, mas honestamente, ele não estava nem aí, o que ele queria fazer era tatuar, e através das tatuagens, contar as histórias.
O problema era que conforme o tempo ia passando, a sua filosofia aos poucos ia se transformando em loucura, ele era um japonês mediano, do tipo que você vê nas ruas de qualquer outro ponto de Osaka. Quem imaginaria que ele começaria a saquear cemitérios? Na calada da noite, com a ajuda de alguns funcionários do necrotério local, Kusanagi começou a exumar corpos, e tatuá-los, com o único propósito de tatuá-los.
O que Kusanagi fazia era crime e ele tinha consciência disso. Ele assumiu o risco de ser preso caso a polícia o pegasse e começou a contar a história do Japão através de tatuagens nesses corpos. Ele foi na biblioteca mais próxima e obteve uma porção de livros de história e passou a fazer tudo o que já fora declarado tatuando os eventos históricos sempre de baixo para cima, mas organizando os corpos similarmente a um mangá, ou seja, a sequência de leitura era da direita para a esquerda.
Outros cuidados eram necessários como embalsamar os corpos para evitar que o cheiro de podridão tomasse conta do lugar onde eles eram armazenados, além de tudo, um corpo morto não cicatriza, então a forma de tatuagem era completamente diferente muito similar a uma pintura em um quadro pelo menos não ortodoxo, mas gerava um certo prazer curioso porque a técnica necessária era diferente daquela que ele usa em corpos vivos.
Por causa disso, Kusanagi passou a atender um pouco mais tarde, mas por alguma razão suas habilidades de desenho e de tatuagem cresciam de forma inimaginável, o que fazia com que mais e mais clientes aparecessem para fazer as tatuagens com ele, sempre mantendo a sua filosofia de que toda a história tinha uma tatuagem. Esse processo parecia até bastante confuso para seus clientes, pois ele imergia na história e todo o desenho feito continha emoções pelo menos muito similares as quais as pessoas sentiram nos momentos que elas desejavam registrar em seus corpos.
Só que a doença acometeu Kusanagi devido aos corpos que lentamente apodreciam em sua casa. Por mais que ele tentasse mantê-los conservados, a química necessária para tal lentamente drenou a vitalidade de seu corpo, fazendo com que ele morresse jovem. Ele foi encontrado por um cliente que o viu deitado no chão e chamou a polícia.
Não se sabe se Kusanagi conseguiu tatuar todas as histórias que existiam antes de sua morte, afinal não se sabe nem se elas são enumeráveis, mas antes de morrer ao perceber a doença, ele deixou uma mensagem para quem quer que fosse em seu velório, ou seja, o coveiro.
"Toda tatuagem tem uma história, toda história tem uma tatuagem. Tatuei muitas histórias em muitos corpos, seriam essas tatuagens as tatuagens da minha história?"
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