Flambarda fez uma pequena pausa mas continuou
- Tá legal. Eu prometi as minhas amigas que eu ia levá-las na SDRJ e eu vou fazer isso!
- Como!? Você falou da SDRJ pra elas?
- Sim. Tinha algum problema?
- Veja bem. É a Sociedade que escolhe você, e não o oposto.
- Preconceito essa porra, é?
- Não, mas...
- Então elas vão conhecer a SDRJ sim. Elas ja sabem que o mundo vai além do que elas viam. Então deixa de mimimi, tá!?
- Tá mas você não pode ir lá buscá-la. - Disse Olivia.
- Então você vai buscá-las e o Rain me leva até lá.
- Flambarda, você está louca. - respondeu Rain.
- Sempre fui, querido.
- Oi, Flam!? - Disse Bibi no telefone.
- Ah, desculpa Bibi. Já arranjei gente pra pegar vocês na estação.
- E quem vai?
- Vai a dra...
- Eu não posso, Flam. Eu preciso fazer alguns exames em você. - Olivia interrompeu.
- Eu busco elas. - Disse Rain.
- Então. Lembra daquele vovô do hospital? - Flambarda devolveu para Fabiana. Olivia riu do vovô.
- Lembro.
- Então ele quem vai te buscar.
- Então tá. Ó, eu não vou ter pena do velho não, hein!
- O vovô é inofensivo.
- Então a gente se encontra nesse lugar aí.
- Falowz Bibi!
- Tchau, Flam!
Ela desligou o telefone e viu a cara de Rain abismado com tamanha cara-de-pau dela. Olivia não se aguentou e começou a rir da cara dele.
- Vovô... kkkkkkkkkkk - Olivia ria desconcertadamente
- Então Rain, você não troca essa camisa não? - Disse Flambarda tentando quebrar o gelo.
- Não tem necessidade. - Ele respondeu.
- Como assim?
- A indumentária de uma pessoa é parte importante de sua identidade.
- Sei... Ta parecendo personagem de anime que não muda de roupa.
- E por que você acha que seu guarda roupa é igual ao da Mônica? - Como ele sabe!?
- Você quer dizer que estamos vivendo num anime?
- Talvez em uma história, quem sabe?
- Então vai ter um livro sobre mim!?
- No máximo uma história jogada em algum canto da internet.
- Nossa, Rain... - Disse Olivia, vendo a cara estupefacta de Flambarda com a resposta de Rain.
- Que!? Agora deixa eu ir lá buscar as meninas. - Ele disse, saindo do recinto e fechando a porta.
- E como você está se sentindo? - A dra. perguntou para a paciente.
- Eu to me sentindo bem melhor do que na delegacia.
- Bom, você só sofreu dano físico. Então deve conseguir se recuperar em pouco tempo.
- Mesmo com a concussão?
- Sim. Os Luvetais lhe concedem regeneração. Eles precisam conceder isso para poder usar o seu corpo.
- Mas então porque eu não me regenerei na delegacia?
- Você tem um Luvetal e não A Padroeira.
- Ah...
- Agora se arrume. Eu vou te levar de carro até o nosso espaço lá na biblioteca.
Flambarda verificou á havia verificado se estava tudo em ordem dentro da mochila e já tinha se decepcionado com o celular quebrado. Ela resolveu parar pra ver também como ela estava no espelho. Nada de mais, apenas penteou o cabelo, fez o rabo de cavalo, sacudiu a poeira e bola pra frente. Ela seguiu Olivia e seguiram em silêncio o caminho até o carro, passando pelo elevador de algum prédio que não parecia nem um pouco com um hospital. A doutora abriu o carro para sua carona, que entrou sem fazer nenhuma cerimônia.
A viagem foi curta, e o máximo de barulho que teve nesse meio tempo era um rádio ligado tocando música dos anos 90, incluindo Queen, Phil Collins e Abba. Era meio fora da praia da detetive mas deu pra curtir o suficiente até chegarem lá. Elas foram levadas pela bibliotecária até o salão principal e perceberam que chegaram bem antes de Rain. Mais que isso, estavam sozinhas.
- É. Chegamos cedo.
- Elas provavelmente nem saíram da faculdade ainda.
- Bom, estou aqui. Você pode perguntar qualquer coisa pra mim. - Elas começavam a conversar andando pelo salão.
- Você só não garante que você vai responder, né?
- É... mas acho que você não tem muita coisa pra perguntar.
- Doutora. O que não me falta é pergunta.
- Então desembucha, oras.
- Por exemplo, eu não faço a mínima idéia do que são essas luzes que eu enxergo em todo o lugar.
- Luzes?
- É. Como se fosssem pontinhos brilhantes coloridos.
- Ah! Não são luzes! São os movimentos elementais.
- Pera. Você também enxerga? - Flambarda se virou quase que instantaneamente para Olivia.
- Depois de um tempo desenvolvendo sensibilidade espiritual? Sim.
- Porra! Eu nunca desenvolvi isso!
- Porque você já tinha.
- Tinha nada!
- Claro que tinha! É a única explicação!
- Eu não enxergava essas porras até vir pra cá pela primeira vez.
- Uai? - Agora, Olivia se virou para Flambarda dessa vez. - Só se...
- Se!?
- Se a sua sensibilidade estivesse bloqueada.
- E isso é possível?
- Sério que você já viu tanta coisa e ainda pergunta se alguma coisa é possível!?
- Sempre existirão coisas impossíveis, criança. - Disse a voz de Rain ecoando pelo salão. Fabiana e Sofia estavam logo atrás dele.
- Isso eu tenho que concordar. - Rebateu Olivia.
- Flam! - Disseram suas amigas em uníssono. Elas correram e se cumprimetaram, e observaram a pequena discussão.
- Ora. Muito obrigado. - Rain respondeu a doutora.
- É impossível você deixar essa coisa infernalmente chata. - Olivia rebateu novamente.
- Eu vou tomar isso como um elogio.
- Acho até que você devia estar no desenho "Os Imposíveis"
- Ok, acho que já chega.
- Sério! Vou até contactar a Hanna-Barbera!
- Então, Flambarda! - Rain se virou pra ela. - Vamos ter que resolver algumas coisas aqui.
- Oh lá o que você vai resolver...
- Então. A primeira coisa é: Você não fala sobre a Sociedade Druídica.
- Tá de sacanagem...
- Ei! Porque você nunca ouviu falar da gente!?
- Bom, porque vocês inventaram essa regra estúpida, acredito eu.
- Agora você já sabe então...
- E você devia punir o Rodney também. - Flambarda o interrompeu. - Ele que me trouxe aqui.
- Sério? - Perguntou Fabiana.
- Pois é.
- Bom, mas você tem um luvetal, não é? - Rain fez uma retórica. - É claro que ele te trouxe aqui. Ele está fazendo você cumprir o seu destino que é o dever dele. Aliás, eu tenho que conversar porque ele não tem vindo muito aqui.
- Flam, esse lugar tá muito chato. - Sofia reclamou.
- Eu concordo. Da outra vez que eu vim aqui o Rain falou coisa mais legal. - Flambarda continuou.
- Ok! Então eu vou abrir a mente de vocês! - Rain parecia levemente estressado. - Por favor, espaço.
- Vai lá, gostosão. - Disse Olivia com uma voz irônica.
Rain colocou sobre o pequeno altar um dos longos bancos que haviam no salão. Foi particularmente impressionante porque ele carregava o objeto com relativa facilidade, salvo o fato que é complicado equilibrar um objeto daquela extensão segurando-o pela ponta. Ele então se afastou e as pessoas fizeram uma linha atrás dele para observar o que ele faria. Olivia foi para outro canto da sala porque ela já sabia o que estava vindo. Flambarda viu os movimentos elementais agitados no corpo dele e eles faziam um movimento de rotação que ia afunilando pelo seu braço e se converteu em uma espécie de mini-furacão que lançou o banco para o alto e depois segurou e fez cair suavemente sobre o altar, como se o próprio conjurador tivese controle do furacão.
- Ca-ra-lho. - Disseram as três estudantes de administração
- Tá legal. Eu prometi as minhas amigas que eu ia levá-las na SDRJ e eu vou fazer isso!
- Como!? Você falou da SDRJ pra elas?
- Sim. Tinha algum problema?
- Veja bem. É a Sociedade que escolhe você, e não o oposto.
- Preconceito essa porra, é?
- Não, mas...
- Então elas vão conhecer a SDRJ sim. Elas ja sabem que o mundo vai além do que elas viam. Então deixa de mimimi, tá!?
- Tá mas você não pode ir lá buscá-la. - Disse Olivia.
- Então você vai buscá-las e o Rain me leva até lá.
- Flambarda, você está louca. - respondeu Rain.
- Sempre fui, querido.
- Oi, Flam!? - Disse Bibi no telefone.
- Ah, desculpa Bibi. Já arranjei gente pra pegar vocês na estação.
- E quem vai?
- Vai a dra...
- Eu não posso, Flam. Eu preciso fazer alguns exames em você. - Olivia interrompeu.
- Eu busco elas. - Disse Rain.
- Então. Lembra daquele vovô do hospital? - Flambarda devolveu para Fabiana. Olivia riu do vovô.
- Lembro.
- Então ele quem vai te buscar.
- Então tá. Ó, eu não vou ter pena do velho não, hein!
- O vovô é inofensivo.
- Então a gente se encontra nesse lugar aí.
- Falowz Bibi!
- Tchau, Flam!
Ela desligou o telefone e viu a cara de Rain abismado com tamanha cara-de-pau dela. Olivia não se aguentou e começou a rir da cara dele.
- Vovô... kkkkkkkkkkk - Olivia ria desconcertadamente
- Então Rain, você não troca essa camisa não? - Disse Flambarda tentando quebrar o gelo.
- Não tem necessidade. - Ele respondeu.
- Como assim?
- A indumentária de uma pessoa é parte importante de sua identidade.
- Sei... Ta parecendo personagem de anime que não muda de roupa.
- E por que você acha que seu guarda roupa é igual ao da Mônica? - Como ele sabe!?
- Você quer dizer que estamos vivendo num anime?
- Talvez em uma história, quem sabe?
- Então vai ter um livro sobre mim!?
- No máximo uma história jogada em algum canto da internet.
- Nossa, Rain... - Disse Olivia, vendo a cara estupefacta de Flambarda com a resposta de Rain.
- Que!? Agora deixa eu ir lá buscar as meninas. - Ele disse, saindo do recinto e fechando a porta.
- E como você está se sentindo? - A dra. perguntou para a paciente.
- Eu to me sentindo bem melhor do que na delegacia.
- Bom, você só sofreu dano físico. Então deve conseguir se recuperar em pouco tempo.
- Mesmo com a concussão?
- Sim. Os Luvetais lhe concedem regeneração. Eles precisam conceder isso para poder usar o seu corpo.
- Mas então porque eu não me regenerei na delegacia?
- Você tem um Luvetal e não A Padroeira.
- Ah...
- Agora se arrume. Eu vou te levar de carro até o nosso espaço lá na biblioteca.
Flambarda verificou á havia verificado se estava tudo em ordem dentro da mochila e já tinha se decepcionado com o celular quebrado. Ela resolveu parar pra ver também como ela estava no espelho. Nada de mais, apenas penteou o cabelo, fez o rabo de cavalo, sacudiu a poeira e bola pra frente. Ela seguiu Olivia e seguiram em silêncio o caminho até o carro, passando pelo elevador de algum prédio que não parecia nem um pouco com um hospital. A doutora abriu o carro para sua carona, que entrou sem fazer nenhuma cerimônia.
A viagem foi curta, e o máximo de barulho que teve nesse meio tempo era um rádio ligado tocando música dos anos 90, incluindo Queen, Phil Collins e Abba. Era meio fora da praia da detetive mas deu pra curtir o suficiente até chegarem lá. Elas foram levadas pela bibliotecária até o salão principal e perceberam que chegaram bem antes de Rain. Mais que isso, estavam sozinhas.
- É. Chegamos cedo.
- Elas provavelmente nem saíram da faculdade ainda.
- Bom, estou aqui. Você pode perguntar qualquer coisa pra mim. - Elas começavam a conversar andando pelo salão.
- Você só não garante que você vai responder, né?
- É... mas acho que você não tem muita coisa pra perguntar.
- Doutora. O que não me falta é pergunta.
- Então desembucha, oras.
- Por exemplo, eu não faço a mínima idéia do que são essas luzes que eu enxergo em todo o lugar.
- Luzes?
- É. Como se fosssem pontinhos brilhantes coloridos.
- Ah! Não são luzes! São os movimentos elementais.
- Pera. Você também enxerga? - Flambarda se virou quase que instantaneamente para Olivia.
- Depois de um tempo desenvolvendo sensibilidade espiritual? Sim.
- Porra! Eu nunca desenvolvi isso!
- Porque você já tinha.
- Tinha nada!
- Claro que tinha! É a única explicação!
- Eu não enxergava essas porras até vir pra cá pela primeira vez.
- Uai? - Agora, Olivia se virou para Flambarda dessa vez. - Só se...
- Se!?
- Se a sua sensibilidade estivesse bloqueada.
- E isso é possível?
- Sério que você já viu tanta coisa e ainda pergunta se alguma coisa é possível!?
- Sempre existirão coisas impossíveis, criança. - Disse a voz de Rain ecoando pelo salão. Fabiana e Sofia estavam logo atrás dele.
- Isso eu tenho que concordar. - Rebateu Olivia.
- Flam! - Disseram suas amigas em uníssono. Elas correram e se cumprimetaram, e observaram a pequena discussão.
- Ora. Muito obrigado. - Rain respondeu a doutora.
- É impossível você deixar essa coisa infernalmente chata. - Olivia rebateu novamente.
- Eu vou tomar isso como um elogio.
- Acho até que você devia estar no desenho "Os Imposíveis"
- Ok, acho que já chega.
- Sério! Vou até contactar a Hanna-Barbera!
- Então, Flambarda! - Rain se virou pra ela. - Vamos ter que resolver algumas coisas aqui.
- Oh lá o que você vai resolver...
- Então. A primeira coisa é: Você não fala sobre a Sociedade Druídica.
- Tá de sacanagem...
- Ei! Porque você nunca ouviu falar da gente!?
- Bom, porque vocês inventaram essa regra estúpida, acredito eu.
- Agora você já sabe então...
- E você devia punir o Rodney também. - Flambarda o interrompeu. - Ele que me trouxe aqui.
- Sério? - Perguntou Fabiana.
- Pois é.
- Bom, mas você tem um luvetal, não é? - Rain fez uma retórica. - É claro que ele te trouxe aqui. Ele está fazendo você cumprir o seu destino que é o dever dele. Aliás, eu tenho que conversar porque ele não tem vindo muito aqui.
- Flam, esse lugar tá muito chato. - Sofia reclamou.
- Eu concordo. Da outra vez que eu vim aqui o Rain falou coisa mais legal. - Flambarda continuou.
- Ok! Então eu vou abrir a mente de vocês! - Rain parecia levemente estressado. - Por favor, espaço.
- Vai lá, gostosão. - Disse Olivia com uma voz irônica.
Rain colocou sobre o pequeno altar um dos longos bancos que haviam no salão. Foi particularmente impressionante porque ele carregava o objeto com relativa facilidade, salvo o fato que é complicado equilibrar um objeto daquela extensão segurando-o pela ponta. Ele então se afastou e as pessoas fizeram uma linha atrás dele para observar o que ele faria. Olivia foi para outro canto da sala porque ela já sabia o que estava vindo. Flambarda viu os movimentos elementais agitados no corpo dele e eles faziam um movimento de rotação que ia afunilando pelo seu braço e se converteu em uma espécie de mini-furacão que lançou o banco para o alto e depois segurou e fez cair suavemente sobre o altar, como se o próprio conjurador tivese controle do furacão.
- Ca-ra-lho. - Disseram as três estudantes de administração
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