Pronto, achei uma frase de efeito chique pra falar de efeito Dunning-Kruger. Acho que a essas alturas todo mundo sabe o que isso aqui significa, não? Em palavras mais simples é: Quanto mais a gente sabe de alguma coisa, mais a gente sabe que a gente tá longe de saber alguma coisa.
Eu vou tentar trazer isso para uma perspectiva de desenvolvimento do conhecimento científico e sobre coisas curiosas que acontecem. O texto anterior me levou a fazer esse gancho que eu achei extremamente pertinente só que eu achei que ia tornar a postagem anterior grande demais, e talvez fosse levar muito pra fora daquilo que eu tava tentando discutir, que era o conceito de verdade. Aqui o nosso objetivo é falar sobre coisas que a ciência tenta responder e como ela faz isso. Teve um podcast recente dos 3 Elementos que o Carlos Ruas fez uma analogia com uma estrada. Talvez seja o caso, mas eu gosto de imaginar a ciência como uma estrutura mais de dependência. A minha mente de cientista da computação só consegue pensar em grafos, e talvez a estrada não seja tão ruim.
Qual é a pegada, a pegada é que a gente aprende e desenvolve a ciência de uma forma intuitiva porque é difícil imaginar todas as possibilidades que poderiam gerar determinados resultados. Numa idéia de: "Se eu jogo essa maçã pra cima, ela cai, então se eu jogar essa amendoa pra cima ela também deve cair." Isso se verifica, e até se verifica que uma folha cai, mas isso não é o suficiente para explicar porque a folha cai da macieira mais devagar do que a maçã. Ingênuamente considerariamos que a massa do objeto é o que faz diferença e intuitivamente faz até algum sentido, mas aí não explica porque se você coloca a folha em cima da maçã você acelera o tempo de queda da folha em muito.
Talvez a gente já saiba, mas talvez os pequenos ainda não saibam.