domingo, 28 de janeiro de 2018

O Golpe

Aquela não era uma noite qualquer. Era uma noite escura e sombria que traria um acontecimento muito trágico. Leonardo havia derrubado um colher de pau que ele colocara cuidadosamente na panela de modo que parecesse que ele queria que ela ficasse parcialmente submersa no líquido, porém com a haste para fora para que fosse manuseável em um momento posterior. Só que sua real intenção estava longe de ser realmente inocente.

A colher, conforme caía, não conseguiu completar um giro, e quicou particularmente alto batendo exatamente a base da haste no chão, sem perder o momento angular. A altura alcançada foi o suficiente para que durante o giro, a colher derrubasse um copo acertando a parte de dentro do mesmo.

A queda do copo catapultou um garfo para o alto pois o copo caiu na ponta do objeto que estava repousando sobre a mesa, e garfos são naturalmente curvos. Similarmente a colher, o garfo também foi catapultado rodando e o giro foi perfeito para que ele desviasse do lustre da cozinha na ida, mas batesse exatamente no ponto crítico que geraria ressonância em sua volta, similarmente ao golpe de volta de um bumerangue.

A ressonância no lustre fez com que ele vibrasse em frequências específicas onde a sua amplitude alcançava valores muito altos, gerando dessa forma, intensa fadiga e estresse na estrutura que o suportava, fazendo com que ele ineitavelmente caísse do teto sobre a mesa de madeira que rachou espalhando madeira para todos os lados, madeira essa que atingiu as pernas de Haroldo.

O golpe nas pernas sofrido por Haroldo fez com que ele se curvasse e caísse e bruços direto sobre os restos da recém estruída mesa, porém como a forma da rachadura gerou muitas pontas similares a lanças. A cabeçada dele não acertou nenhuma dessas pontas, mas fez com que um pedaço de madeira voasse aos ares catapultado de forma similar ao garfo.

Esse pedaço de madeira bateu na cabeça de Haroldo e o pôs inconsciente. O golpe de Leonardo teve execução perfeita.

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