Tsumomo voltou para casa. A noite seria longa e complicada com os investigadores tentando solucionar um crime que parece envolver um mundo tão pequeno como o das gueixas. Chegando em seu lar, ela despiu seu vestido branco, dobrou, entrou em um aposento que possuia duas cômodas com três gavetas cada, e cada uma ocupava um lado do aposento. A mulher guardou na gaveta do meio da cômoda que estava a sua esquerda onde haviam aguns vestidos similares ao seu atual. Ela retirou sua roupa intima e a carregou para o próximo local onde havia um balde de madeira cheio de água e um copo também de madeira.
Havia também um cadinho sobre uma fogueira, a qual ela acendeu com um estalar de dedos. Ela pegou um pouco de pó que havia no primeiro pote de uma fileira de quatro potes que se encontravam em um canto e jogou dentro do recipiente. Logo em seguida pegou um pouco de água do balde e dissolveu o pó laranja que esquentava enquanto ela soltava seus cabelos e gentilmente ia derramando agua sobre o seu corpo desnudo. Ela estalou os dedos novamente e apagou a fogueira e foi se vestir. Abriu a gaveta superior da cômoda da esquerda e pegou um Kimono preto, decorado com uma borboleta amarela em um mar de estrelas brancas, juntou com um koshimaki simples e brilhantemente branco, e um obi cor de cobre. Pegou um batom cobre e passou pelos lábios, e finalizou aromatizando-se citricamente com um pouco da solução do cadinho.
Todo esse procedimento durou tempo o suficiente para que caísse a noite, momento na qual ela se dirigiu a casa de chá Gohan. Era um lugar um pouco menor, em um ambiente muito mais reservado, apesar de uma de suas clientes mais assiduas estar presente, onde não conseguiriam colocar mais de cinco pessoas no mesmo quarto. Um gnomo e um anão bebiam cerveja no canto direito da sala quadrada e pararam de beber no exato momento em que ela cruzou a sala. Ela se pegou o violão que se assentava no final do aposento, sentou-se e pôs-se a tocar. Apesar da calmaria que havia se instalado. A mulher que já estava lá olhava para todos os cantos como se estivesse procurando algo.
Enquanto isso, em uma caravana que ia para Amaquabá, um jovem, vestindo uma jaqueta sobre uma camisa de couro batido, uma calça de um tecido desconhecido, botas, segurando uma garrafa de madeira, contava seus feitos a um grupo de elfos que estavam bebendo:
- Então eu me joguei da janela em direção ao outro prédio, era minha ultima chance de escapar da academia de Someisa.
- Então é verdade mesmo que a grande Someisa foi roubada a muito tempo! - Disse um elfo mais alto trajando roupas simples de couro. Havia uma pintura com tinta preta onde se via um pássaro curiosamente bem desenhado.
- Mas como ela não te achou!? - Contou outro que usava roupas ainda mais simples que o primeiro, sem nenhum destaque adicional a não ser o fato de ser o único com brincos.
- Oras... - Gyff tomou mais um gole de cerveja. - ... ninguém desconfiou que algo aconteceria nos horários de aula. Foi muito fácil.
- Mas o que você estava procurando afinal? - Disse o mais alto novamente.
- Ora, qualquer coisa que possuísse a letra dela na biblioteca. Perdi a conta de quantos livros eu pacientemente abri e coloquei no lugar.
- Aquela academia tem olhos nas paredes! Você não pode ter fugido! Não acredito em você! - Disse um elfo usando uma camisa aberta exibindo um físico um pouco mais definido que o dos outros.
- É... - Gyff tomou mais um copo em um gole. - ... pode até ser que ela tenha me capturado. Você devia ir até lá e perguntar a ela!
Então o elfo sacou uma faca e apontou para Gyff,
- Acha mesmo que eu vou acreditar que uma pessoa perdida como você, que ofereceu apenas uma Sparklyn para subir nessa caravana insultar Someisa!?
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