domingo, 23 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #94

A hesitação de Sofia, foi o necessário para que Entrenós conseguisse pegar Flambarda pelo pé, por mais que Fabiana tivesse tentado atrasá-lo. Então, no movimento mais contra-intuitivo o possível, ela jogou a mochila que segurava para longe da confusão, abaixou, e pôs as mãos na terra, olhando para baixo. Bibi, obviamente, ficou puta.

- Caralho, Sofia! Cê vai rezar agora!?

O algoz da detetive se aproximou dela e a jogou escada abaixo, e ela caiu o melhor que pôde, o que não foi exatamente muito bom, com uma dor maciça no momento do impacto que debilitou seus movimentos por algum tempo. Ele caminhou e pegou sua adversária pelo colarinho da camisa para levantá-la e imprensá-la contra a parede, e sua amiga, desceu a escada para ajudá-la sem pensar duas vezes. Uma vez que ele estava de costas e parecia distraído, ela fez a coisa mais estúpida, e machista, mas que foi a primeira coisa que veio em sua cabeça.

Fabiana, enfiou o polegar no cu de Entrenós, o mais fundo o que conseguiu, o que não foi muito, mas certamente incomodou a ponto de fazê-lo soltar Flambarda, e virar sua atenção para si. A detetive então não deu mole pra distração e começou a socá-lo com toda a força que tinha na região do abdôme, o que o fez se contorcer de dor, e bibi, sem saber exatamente como bater, deu o melhor soco no saco que conseguiu. Mais alguns golpes desferidos pelas jovem e o dono da 2a2 caiu no chão, sem ação. Flambarda se certificou de acertar mais alguns golpes na cara pra ter certeza que ele estava desacordado.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #93

Elas haviam saltado na Estrada da Gávea, se puseram a andar na direção para qual os números desciam, e não passaram por nenhuma espécie de padaria ou pastelaria. Tinha até um restaurante meio chique, mas não era do tipo de 3 jovens desesperadas por algo rápido pra continuar sua busca.Felizmente, havia um posto de gasolina com uma lojinha de conveniência logo ao lado. Seria a escolha perfeita, se os olhos de Flambarda não estivessem focados em encontrar movimentos estranhos de uma energia que poucas pessoas tem a maldição de ver.

O lugar estava normal, mas, para a detetive, havia uma corrida contra o tempo, especialmente porque ela parecia imaginar um ponto de singularidade uma vez que havia uma direção para o qual pouquíssimas fagulhas luminosas corriam. Só que, se você precisa enfrentar algum problema, é melhor não fazê-lo de estômago vazio. As três pegaram um salgado e um refresco, aproveitando a promoção de 10,00 reais, e se sentaram na mesa pra encher a barriga com alguma coisa, porque, podia ser comida, mas a qualidade era duvidável.

- 10,00 reais é foda. - Flambarda reclamou, enquanto comia.
- A tendência é ficar mais caro - Sofia comentou.
- Porra, qualquer lugar é mais barato que loja de conveniência. - disse a detetive que mordeu outro pedaço do salgado na sequência.
- Mas vai saber onde tem padaria aqui, né? - Bibi completou.
- Se é que tem padaria. - Disse a senhorita Benks.

quinta-feira, 6 de março de 2025

A Guerra é Inevitável - Organize-se e Fortaleça-se

Se o moderno buscava encontrar um universal baseado na racionalidade, ele até agora não conseguiu. Wittgensten tentou fazer isso com o Tratado Lógico-Filosófico em 1918, mas seu sucesso é bastante questionável. Até porque, pelo que eu li do Lyotard, não tem nada do tratado amarrado ali. Tem na verdade uma crítica pesada a ciência e as políticas de desenvolvimento da mesma. Não é uma questão de ser anti-ciência, mas sim de fazer uma crítica a direção que a ciência foi tomando especialmente a partir da idade moderna.

Euler era foda.

Alguns leitores de Kant dizem que sua obra procura racionalizar as coisas ao extremo e chegar no limite. Eu talvez tente fazer a mesma coisa com o meu texto, mas não sei se chegarei no mesmo ponto que Kant, só que eu tenho um objetivo aqui que é olhar também para os fenômenos fascistas, algo que é uma preocupação genuína no mundo atual. Então, eu tenho um escopo um pouco mais limitado. Eu quero encontrar os limites da razão olhando para questões sociais, porque o fascismo é um fenômeno social, e portanto político.

Eu falei sobre isso no passado também e sobre a importância de ser anti-fascista, além disso sobre a importância ainda maior de ser anti-racista porque o fascismo ele é basicamente uma extensão daquilo que hoje conhecemos como racismo. O grande lance é que eu não sou Comunista apesar de ser claro que o que a maioria das pessoas entende por Comunismo não é nem metade daquilo que o velho Marx colocou no manifesto. Como muitos outros socialistas ou comunistas dizem, a gente não pode fazer uma análise baseado nas utopias colocadas nas nossas cabeças e sem analisar a realidade como ela de fato o é.

domingo, 2 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #92

Flambarda guardou o celular de volta na mochila pensando em qual seria seu próximo movimento. Seus olhos que se acostumavam dia após dia com a condição de enxergar as fagulhas elementais já começava a identificar alguns padrões, combinado com algumas coisas que ela começava a compreender, mas ainda era necessário pensar muito, essas coisas ainda não estavam em seu "sangue". Felizmente, naquele momento, nada parecia fora do normal, ou, se tinha, pelo menos ela não era capaz de perceber. Isso a deixava um pouco mais tranquila, porque provavelmente nada fora do ordinário aconteceria.

"O Japa confirmou que o Rodney tá por lá. Eu já sei que tem alguma ligação entre o que acontece em Botafogo com o que está acontecendo em São Conrado, mas eu não sei o que tá acontecendo lá. Ainda assim, as coisas estranhas acontecem em Botafogo provavelmente porque os druidas filhos da puta ficam quizumbando aquela porra influenciando o caralho da boate com energia de fogo. Tem alguma coisa mal explicada. Na verdade esse papo desses bicho torto é muito mal explicado. Até agora eu só sei que eles aparecem de noite, e tudo o que eu sei é que essas caralhas aparecem quando falta energia em algum lugar. Tem caroço nesse angu."

A detetive saiu do metrô no centro encontrou suas amigas e foi pra aula, o dia parecia particularmente normal, as aulas estavam chatas, ela não queria estar lá mas estava se esforçando. A companhia das amigas segurava um pouquinho, e o Japa também tava lá, mas não chegou a interagir. Fabiana e Sofia, em contrapartida foram até ela durante o intervalo, especialmente porque a primeira tinha um interesse em particular.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Um Ensaio Sobre a Condição Pós-Moderna

Pra começar bem o ensaio. Existem duas grandes idiotices sobre a pós-modernidade

  • Dizer que a pós-modernidade é sobre a negação da verdade.
  • Se dizer pós-moderne e alegar que não existe verdade.

Eu não sou formado em filosofia, só tenho muita curiosidade e escuto um monte de gente falando sobre o tema, enquanto tento formar a minha própria linha de raciocínio. Tão importante quanto escutar a nova geração de youtubers filósofos, é talvez ler alguns livrinhos, e nas minhas pesquisas, o autor que dá uma síntese sobre a pós-modernidade é ninguém menos que Jean-François Lyotard.



Eu acho muito engraçado que as pessoas pra citarem filósofes pós-modernes vão citar sempre os homens que estão quase na esteira do iluminismo e da modernidade. Nietzsche e Michel Foucault, são figurinhas carimbadíssimas, e geralmente eles são muito citados por comunistas como "inimigos". Até onde eu entendo isso é até esperado porque um filósofo sempre tá tentando refutar o que o cara de trás tava tentando dizer. Isso obviamente não significa que essas pessoas não tenham viéses que quase sempre se distanciam das idéias de Karl Marx.

Além do mais, até onde eu entendo Karl Marx não foi filósofo nenhum. Se você colocar todo e qualquer estudioso como filósofo, aí Albert Einstein também é (e talvez o seja). A pessoa que seria o filósofo que dá a base para que Carlinhos faça seu trabalho é Hegel com a sua questão da dialética. Que é uma coisa que deveria até ser mais intuitiva. A gente entende as coisas por comparação e muitas vezes um conceito só existe em contraposição a outro: A gente sabe que uma coisa é rápida quando tem outra devagar pra comparar. Ou seja, uma coisa é mais rápida que outra, ou mais devagar que outra.

Eu aí é importante dizer que não é que as coisas sejam relativas umas as outras necessariamente, mas nós entendemos as coisas criando relações entre elas. A gente sabe que uma maçã e uma uva são coisas diferentes porque a gente é capaz de olhar pra elas e observar suas características físicas. Cor, tamanho, tenacidade, sabor, etc. etc. etc. Dá pra dizer que o Robertinho é mais forte que o Cleiton porque o Robertinho pega 50kg no Supino e o Cleiton só pega 30kg.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #91

Flambarda acordou pouco antes das 9:00. Ela ficou alguns minutos a mais olhando para o alto vendo as energias passeando pelo teto  e pensando no que está faltando. O que será que Fernanda sabe? O que será que Rain sabe? Qual é a verdadeira extensão de seus poderes como líderes de facções que operam nas sombras, mas bem embaixo de nossos narizes? Soltou então um suspiro, relativamente desamparada. Rolou para fora da cama, pegou algumas roupas e se deslocou até o banheiro vagarosamente. Ela fez o seu xixi enquanto bocejava e matutava a respeito do que estava acontecendo, ainda sem sucesso, e prosseguiu para colocar as roupas para se sentar à mesa da cozinha.

Jéssica, já tinha preparado a mesa, e tinha até se adiantado e servido a tigela de cereais que a sua filha geralmente come enquanto a TV, ligada na rede globo, transmitia o clássico programa da Ana Maria Braga. A mãe da detetive então se sentou a mesa e passou a fazer um sanduíche com pão francês enquanto se preparava para começar um diálogo.

- Não sabia que você gostava de vestido. - Jéssica provocou
- Que? - Flambarda ainda estava acordando.
- Eu não sabia que você gostava de usar vestido. Só vejo você andando de camisa e calça por aí.
- Que que cê tá falando, mãe?
- Da buceta do vestido que tá no chão do seu quarto. Porra. - A mãe perdeu um pouco da paciência.
- Ah. Desculpa.
- Hm. E qual é a do vestido.
- Bem... - A detetive estava pensando na melhor forma de explicar para a mãe. - Duas coisas. Foi um presente, e eu preciso disso pra trabalhar.
- Filha...
- Que foi? - Ela disse com a boca cheia.
- Você virou puta?

Naturalmente, antes de falar qualquer coisa, Flambarda cuspiu sucrilhos e leite pra tudo quanto é lado numa mistura de espanto com riso.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #90

- Bom, eu vou tentar resumir. - Flambarda continuou.
- Vai. - Pediu Fernanda.
- Cheguei lá, o povo se pegando, eu tava sentindo umas paradas meio estranhas, como se alguém estivesse mexendo nas energias do ambiente.
- Hm.
- Aí os cara me acharam, dei porrada em 2. 1 fugiu, mas o outro me contou um monte de coisa.
- Fácil assim?
- Não, eu mamei ele.
- Fácil assim?
- Sei lá. Parecia a coisa mais óbvia a se fazer.
- Mas ter alguém mexendo nas energias explica bastante coisa.
- Como assim?
- Oras, quer dizer que estão manipulando o ambiente pra induzir as pessoas a fazer alguma coisa.
- E pode isso?
- Poder pode. Se deve fazer aí são outros 500.
- Eita, cê já foi druida?
- Não, mas eu tenho que entender essas porras sendo quem eu sou.
- Hmmm...

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #89

- Que porra é essa? - Disse o homem
- Você me conta o que você sabe e ganha um boquete. - Flambarda levava seus dedos cada vez mais próximos ao pau do rapaz.
- Eu... Eu...
- Vai? Eu não vou morder, pelo menos não agora. - Ela provocou já dando uma pegada.
- Deixa só eu perguntar. - Ele dizia enquanto desabotoava a calça. - Você acredita em papo de espirito, elemento, e etc?
- O seu filho da puta. - A detetive mudou a mão de apoio para mostrar a destra onde estava a luva.
- Ah, sim. É... Desculpa, eu tô nervoso.
- Tá, eu sei, me conta direitinho enquanto eu faço o meu trabalho aqui. - Ela disse conforme amarrava o cabelo.

O rapaz provavelmente não sabia de tudo, mas sabia de alguma coisa. O trabalho dele e de seus amigos era de preencher o lugar com os elementos fogo e madeira, isso influenciaria as pessoas a serem mais receptivas e mais propensas a realizar atos lascivos. O próprio admitiu que talvez não estivesse tão falante e tão propenso a aceitar a proposta se não fosse o ambiente que eles criaram. Ele explicou que eram 3 equipes de 3 druidas que se revezavam. Sendo que um deles estava lá majoritariamente para relatar para superiores caso acontecesse justamente o que aconteceu.

Ou seja, isso seria relatado. Flambarda visualizou que meio que mandou pro espaço qualquer investigação furtiva acerca do que estava acontecendo. Se o Entrenós ou uma equipe não for atrás dela, pelo menos ela não entra mais na 2a2. Depois de fazê-lo gozar, a detetive buscou um guardanapo do bar para limpar a mão e foi se sentar do lado dele para conversar.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #88

"Tem pessoas indo e vindo, mas é estranho. Esse lugar tem basicamente fagulhas verdes e vermelhas. E eu sinto uma coisa estranha, como se alguma coisa estivesse tentando tirar alguma coisa de mim. Que caralhos tá pegando aqui? Eu to sentindo um gosto estranho, eu to sentindo alguma coisa vibrando sob meus pés, mas a música alta não faz isso. Eu meio que consigo sentir essa vibração."

Flambarda se levantou. Seus pés sentiam vibrações direcionais, as quais ela seguiu tentando ser discreta. O que era um pouco difícil mas ela contava com a total falta de atenção das pessoas se pegando para não ser percebida. Além disso, a jovem não conseguia se lembrar de qualquer vibração nas outras vezes que esteve ali. Só que o rastro dava direto na parede, como se tivesse algo ou alguém do outro lado puxando-a. Ela chegou a se apoiar por alguns segundos, e quando se desprendeu, as fagulhas luminosas bagunçaram. Por algum momento ela viu cores que não verde e vermelho, mas após alguns segundos, a porta se abriu e duas criaturas bem diferentes dos clientes habituais entraram no estabelecimento.

Assim como a detetive, eles não tinham as características luzes vermelho e verde, e pareciam também estar tentando evitar que elas escapassem de seus corpos de alguma forma. Ela tentou fazer a linha, e pra isso se aproximou daquele casal que antes estava tentando convencê-la a fazer algo. Na verdade eles estavam num beijo triplo com mais uma pessoa, mas parecia ser a melhor opção pra se tentar qualquer coisa. Aquelas duas pessoas que acabaram de entrar deixaram uma espécie de gosto azedo em sua boca, mesmo não tendo nem sequer interagido com elas, e era melhor evitar confusão.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #87

"Eu vi! Quando ele manipulou a água, ele estava manipulando aquelas malditas fagulhas azuis! Será que aquela tabela maluca tá errada? Realmente tem cinco cores, que corresponderiam aos cinco elementos. Eu não to conseguindo prestar atenção na aula porque isso aqui é muito mais legal! Que merda! Eu vou tentar voltar agora que a cabeça tá mais fresca. Vamo ver se agora vai. Claro, depois do xixi."

Flambarda foi ao banheiro, rolou o feed do insta e do facebook, nada de muito interessante. É claro, tava na hora de aula. Ela resolveu ver o site da casa de swing do Entrenós. Nada interessante, talvez seja melhor assim porque o Entrenós talvez não esteja no lugar, ou o lugar não esteja tão ocupado. Depois de terminar de fazer o que tinha que fazer, apesar de não ter terminado sua pesquisa, voltou a aula chata. As coisas pareciam não ter andado nada e ao mesmo tempo andou o suficiente para que ela não entendesse mais nada. Ela tentou então focar em aprender o que dava e depois recorrer a Sofia, como geralmente acontecia.

Fim da segunda aula. Já eram 17:00. A detetive não queria perder muito tempo indo pra casa e tal, mas provavelmente o bendito estabelecimento só ia abrir lá pra mais tarde. Ela precisava de alguma coisa que fizesse mais sentido, e lembrou daquele vestido amarelo e da meia arrastão que a Fernanda comprou pra ela na ocasião anterior. Era estranho porque, ao mesmo tempo que era tentador, ela lembrava do quão estranho era porque nunca usou nada parecido na vida. Quer dizer, usou uma vez, e as lembranças não foram muito boas. Em contrapartida, talvez ela não tivesse outras oportunidades de usar essa peça singela que obtia facilmente espaço de destaque em meio a todas as suas camisas vermelhas e calças jeans. Pra felicidade dela, sua mãe já havia lavado e passado, então era só correr pro abraço.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Uma Visão Holistica Sobre Conhecimento e Ciência

Eu não sou filósofo. Não sou formado em filosofia, mas escutar os intelectuais e pensadores dos campos políticos tem me desviado cada vez mais para escutar pessoas que são filósofas de fato. No meu caso, Pedro Ivo (ateuinforma), Daniel Cidade (Iluminismo Pós-Moderno), e Marcela Sperandio (Diotima Perplexa). Só que como eu não tenho o pano de fundo da filosofia, as correlações que eu faço são com raciocíonios que eu escutei em outros momentos da minha vida, e também com o momento atual. Os pensadores de esquerda são, em sua grande maioria, historiadores, e a forma que eu enxergo história hoje é totalmente da forma que eu enxergava no passado. Parafraseando Ian Neves: "A gente estuda história pra entender o presente porque ele está imbuído de passado."

Da mesma forma, Jana Viscardi mudou a minha forma de enxergar linguística e linguagem de forma geral. O deGrasse Tyson falando sobre física é fascinante. Pirulla, Emílio Garcia, Mila Massuda, Ramylly Myrna, falando sobre biologia fazem o assunto render com uma facilidade enorme. Alexandre Linck (Quadrinhos na Sarjeta) analisando obras de entretenimento é incrível. Tem muita coisa incrível a ser descoberta no mundo e essas pessoas meio que me ajudam, meio que sem saber, a descobrir que tem coisas incríveis por aí afora. Só que o que me parece é que tudo isso parece estar conectado numa coisa só, que é um emaranhado bastante complexo.

Como tudo está conectado num emaranhado só, a minha visão sobre conhecimento e ciência passou a ser muito mais holística do que era antigamente. A sociedade atual está organizada de modo a compartimentar o conhecimento em caixas que se conectam muito pouco, quando na verdade o desenvolvimento de todas essas coisas está entrelaçado. Talvez eu venha a dar um pouco mais de importância para a história porque, quanto mais eu escuto e - dessa forma - estudo, vejo que entender o processo histórico de formação de pensamento é extremamente importante. Ao mesmo tempo, vejo que jamais teremos tempo o suficiente para avançarmos no conhecimento, se estudarmos todo o histórico de formação das coisas, apesar de ser extremamente necessário e talvez não seja possível avançar o conhecimento sem se conhecer a formação dele até aqui.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #86

Flambarda sabia que Rain não era burro e que, conhecendo diversos druidas, provavelmente teria pessoas explorando determinadas coisas, especialmente porque Fernanda provavelmente não interviria. Um ônibus pra Barra também não significa muita coisa porque ele poderia descer em qualquer ponto entre a zona sul e a Barra. Infelizmente ele vai ter que esperar um pouco porque tem muitas coisas acontecendo, e se ela desse mole, ia acabar reprovando nas matérias.

Elas se encontraram então na faculdade, com suas saudações habituais, e foram pra primeira aula. Tudo normal, mas durante o intervalo entre aulas, elas foram abordadas inesperadamente.

- Oi. - A voz era masculina e elas naturalmente se viraram para saber quem era.
- Ah, oi Japa. - Fabiana respondeu primeiro, conforme pararam e se viraram.
- Talvez nós vamos nos falar um pouco mais.
- Parece que nossas vidas se cruzaram. - Sofia ponderou.
- E pelo visto não tinha como não ser. - Flambarda reclamou.
- Estava escrito nas estrelas? - Shou continuou.
- Não enrola, Shou.
- Mas eu não tenho muito mais pra falar.
- Nem sobre o Entrenós?
- Você ainda tá nessa, Flam? - Bibi perguntou.
- Pois é. Eu não saí.
- Não sabia que você era tão safada. - Sofia provocou.
- Pra você ver o que uma mulher com tesão não faz. - A detetive retrucou.
- É melhor você segurar esse tesão. - Shou começou. - Esse cara não parece brincar em serviço.
- Como assim, Japa? - Fabiana indagou.
- Pelas minhas pesquisas, esse cara derrubou todos os arcanistas e druidas que tentaram investigar a questão.
- Caralho. Como assim?
- Olha, a gente discute depois, porque a aula vai começar. - Flambarda tentou cortar o assunto e levar a galera pra sala de aula.
- Ela tá certa. - Sofia concordou e passou a andar na mesma direção

sábado, 11 de janeiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #85

 Enquanto Flambarda lavava a louça, ela tentava por os pensamentos no lugar.

"Rodney estava internado no hospital, mas eu poderia jurar que eu o vi no metrô. Não acho que ele seria maluco e cometeria evasão hospitalar pra trabalhar. Seria muito mais fácil ele apresentar os atestados depois. Se eu fosse a mãe dele, eu conseguiria os registros médicos. Será que o Rain conta como pai daquela joça? Ainda tem a questão do Entrenós e do Japa. Será que o Japa conseguiu localizar o Rodney? Eu prometi aquela vadia da Fernanda que eu ia lá entender o problema. Então eu vou ter que ir hoje, e pelos meus cálculos realmente há um problema lá pelas bandas da Sofia. Eu devia pedir ajuda. Será que aquela gostosa da Sandra estaria disponível. Ela também parece ser bastante forte e parece entender um pouco dessa coisa toda."

O telefone já estava tocando antes dela terminar de lavar a louça, quem quer que fosse, teria de esperar, apesar de ter ligado incessantemente porque já tinha dado ocupado uma vez. Era o Japa, e a chamada perdida era dele mesmo, confirmando o que parecia ser uma notícia bombástica, ou que ele era realmente muito chato.

- Oi, Japa.
- Oi.
- E aí?
- Então tenho uns bagulho pra te contar.
- Então conta, porra.
- Trocou a ferradura hoje, foi?
- Só dei uma polida.
- Hm. - Ele deu uma breve pausa. - Então, achei algumas coisas sobre o tal do Rodney.
- Tá, manda.
- Bom. Ele saiu do hospital ontem. Os arquivos constam evasão hospitalar.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Sobre a Propaganda e Cultura

 "Vocês tem que parar de forçar essa cultura LGBTQIAPN+ na gente!"

Geralmente, quando vem um cabaço falando essa merda, sabe qual é o problema? Ele está parcialmente certo. Hoje em dia nós temos muito mais material diverso com histórias de vários tipos de pessoa com diversas cores enfrentando diversos problemas, sejam sociais, sejam físicos. Quando a gente tem um herói homossexual, isso é uma propaganda a favor de pessoas homossexuais, a princípio não só favorecendo a existência dessas pessoas, mas talvez até dizendo que ser homossexual é bacana. A pergunta é: Isso é um problema?

A resposta é clara e obviamente: Não

Se as pessoas andam acusando outras de fazer propaganda pró LGBT+, talvez elas estejam certas. Ao criar entretenimento com esses tipos de pessoas sendo bem sucedidas, estamos de certa forma propagandeando esse tipo de pessoa. O problema é que geralmente quando as pessoas vão se defender, parece que se cria um juízo de valor no sentido de que histórias pró LGBT+ são perfeitamente normais, e que as histórias de pessoas cis-hétero que tem sido propaganda contra nós esse tempo todo. Dois pesos, duas medidas. Ou é tudo propaganda, ou é tudo perfeitamente normal.

Só que, eu tenho certeza que é tudo propaganda. Mesmo que inconscientemente as pessoas que fazem as peças não necessariamente estejam pensando em propagandear uma mensagem específica, essa mensagem está lá incluída para qualquer pessoa ler. Histórias do James Bond são histórias que propagandeiam machismo. O homem que é capaz de enganar a todes com sua lábia, comer a mulher que quiser, ou que precisa, bem como dar tiro em todo mundo, é bem visto como aquele que é bem sucedido. Note que não é nem uma questão do homem que consegue obter dinheiro, mas sim aquele que consegue dominar as outras coisas que estão ao seu redor. Tudo é para si, tudo é sobre si. As histórias mais famosas do passado são majoritariamente sobre isso. Você não precisa analisar todo o compêndio de histórias criadas pelos homens, até porque são muitas e certamente você vai achar meia dúzia de conteúdo pró LGBTQIA+, mas o que realmente importa são aqueles que realmente chegam as pessoas da sociedade.

domingo, 5 de janeiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #84

Flambarda despertou as 7:00 da manhã de Segunda-Feira. Um horário meio estranho pra ela, mas foi o que aconteceu. Não foi uma questão de temperatura - até porque em Julho as coisas estão um pouco mais amenas - mas não era tão difícil imaginar que foi por ter dormido muito mais cedo do que de costume após um dia relativamente cheio. O celular tinha uma série de mensagens, mas ela não queria nem pensar muito nisso. Ela levantou da cama lentamente, silenciosamente saiu do quarto, procurou saber se sua mãe estava em casa. Não encontrou nenhum sinal. O momento perfeito pra dar uma acalmada naquele fogo interno. Ela ligou o computador já dando uma pegada em seus peitos, e deixando a putaria correr solta na mente.

Ela passou uma boa meia-hora deleitando-se consigo mesma e acabou tirando um cochilo, que a levou a ter mais um daqueles sonhos estranhos onde sabia o que estava acontecendo. - "Puta merda, lá vem aquele puto de novo." - pensou.

- Oi. - Disse Alabáreda, esquentando carne na fogueira.
- Oi. - Flambarda respondeu, um pouco encabulada.
- Então. Estamos progredindo...
- Desculpa. - Ela interrompeu. - O quando você sabe da minha siririca?
- Acho que mais do que eu gostaria.
- Então você sabe que eu tava com muita vontade de levar pica?
- Onde caralhos você quer chegar com isso, Flambarda?
- Eu quero saber se eu posso tratar você como best, ou se você vai ser só um voyeur estranho pra caralho.
- Eh... - Ele estava visivelmente desnorteado.
- O quanto você gosta de pica, Alabáreda?
- Olha, tem picas que são realmente muito boas.
- A gente nunca conversou sobre sua sexualidade. Você é hétero?
- Que porra você tá falando? Isso não faz nem sentido!
- Você gosta de pica ou de xota?
- Flambarda, eu sou uma porra de uma luva.
- Ah, é mesmo?