- Vem cá, sua piranha. - Disse Flambarda para Fernanda. - Você não é pica pra caralho?
- Depende do que você chama de pica.
- Eu vi você brigando com o Rain. Não mete essa.
- Ah. Você diz que eu sei bater?
- Você é forte pra caralho. Você pode ir e vir do jeito que quiser, e mesmo assim fala pra eu ir lá.
- Bom, é porque a gente ainda é humana. Aguenta até um pouco mais, mas se a gente levar um tiro morre do mesmo jeito.
- E quem é que vai te dar um tiro?
- O Entrenós.
- Que!? E você quer que eu vá lá?
- É... bem...
- Pau no seu cu, Fernanda! Esse filho da puta podia me matar esse tempo todo e você brincando de detetive!? Porra, nem os chefes da minha mãe falaram pra ela ir pro trabalho quando o tiro tava comendo! - Ela disse se levantando. - Não! Chega dessa porra! Pelo menos quando eu era Druida o Rain não me colocava na linha de tiro! - Ela bateu na mesa e começou a sair.
- Eu falei que ela era difícil... - Disse Japa.
Flambarda estava puta da vida. Ela lembrou dos golpes que o Entrenós desferiu. Aquilo doeu, e começa a fazer algum sentido. Socar uma parede não doía tanto, mas os golpes mais sobrenaturais que recebeu realmente machucaram. A investigação era perigosa, e sua raiva era ainda maior porque em nenhum momento isso foi dito. Ela ainda estava relutante em recusar porque dentro de si, ela sabia de sua importância e que havia também um risco em deixar aquele cara fazer o que quer que estava fazendo, se é que Fernanda estava de fato falando a verdade. Imaginar que ela podia ser uma detetive também gerava uma certa paranóia na própria cabeça.