Dia seguinte de manhã. Flambarda acorda tarde nas suas habituais 9:00 que é a hora que começa Ana Maria Braga. Um programa que não ia fazer quase diferença na vida dela porque ela não cozinhava, apesar de todas as outras reportagens, sendo que no final das contas ela via mesmo pra ficar com água na boca vendo a mulher fazer todas aquelas comidas e pra rir com as tiradas do Louro José.
Ela passa 1h do dia na cozinha comendo cereal com leite, nessa ordem especifica, e vendo o bendito programa. Daí quando acaba o programa é hora de fazer aquela coisa difícil, se arrumar pra ir pra faculdade. Fica ainda mais difícil porque ela lembra que tem amigas e geralmente decide colocar o celular no Viva-voz dentro do banheiro. Por causa disso ela toma banho frio porque a mãe já avisou que a conta de luz vem muito cara pra tomar banho quente.
E ela ainda tinha que contar das amigas daquele sonho de ontem. Fabiana certamente diria um monte de abobrinha sobre o que ela sonhou, por outro lado, Sofia gostava daquela linha de Freud que analisava os sonhos, então fazia todo o sentido ligar pra ela.
- Alô, Flam?
- Oi Sofia! Tudo bem?
- Me ligando do banho de novo? - O barulho da água caindo do chuveiro
- É, uai! To me arrumando pra ir pra faculdade.
- Ta, mas que que se sucedeu?
- Ah, eu tive um sonho muito louco.
- Conte-me.
- Ah, tinha um cara de sunga no meu sonho com o nome de Labareda. Ele era até bonitinho mas não fazia o meu tipo.
- Ih, Flam, isso aí tá com cara de ser falta...
- Também achei, mas ele falou que era essa luva bendita que eu não consigo tirar. E umas coisas de salvar o mundo.
- Bom, nome de super heroína você já tem, né?
- Ha ha ha. Muito engraçado, Sofia.
- Já pensou que realmente o sonho e o real estão interligados?
- Eu não quero nem pensar nisso. Salvar o mundo... ...Deixa isso pro homem de ferro. - Flambarda desligou o chuveiro ao terminar de falar essa frase.
- Mas é, Flam. Tem tudo pra ser devido aos acontecimentos estranhos recentes na sua vida. Primeiro você achou essa luva, ontem pegou fogo no banheiro, agora teve esse sonho estranho... ...Junta as peças.
- Ate tu, Brutus? - Nisso ela já estava no quarto escolhendo a roupa, apesar de não ser uma tarefa difícil.
- E você parece ter outra escolha? Essa luva não vai sair da sua mão.
- Tá... - Ela disse desamparada. - Eu vou desligar e a gente se fala na faculdade.
Flambarda olhou pra luva, pensou novamente no que sua amiga disse e voltou pro banheiro. Nua, de frente para o espelho. levantou a mão ainda confusa sobre tudo o que estava acontecendo, mas disposta a tentar. Ela fechou os olhos, cerrou o punho e pensou e se deixou sentir uma raiva do próprio destino.
Ainda sentindo a raiva, ela abriu os olhos, e viu que nada acontecia. Nenhuma manifestação de fogo, nem nada de diferente. Desamparada novamente, voltou ao quarto e se arrumou para ir a faculdade. O taradão do 404 não parecia estar por perto então ela chamou o elevador e aguardou. Quando o elevador chegou, não havia ninguém, e ele também não parou em nenhum outro andar que não o térreo. - Um dia atípico. - Ela pensou, mesmo sem saber que o dia para ela seria atípico.
Ela pegou o metrô na Saens Peña como era esperado em direção ao centro. Ela pegou no primeiro vagão pois por alguma razão inexplicável era sempre o mais vazio. Ao chegar na estação de Afonso Pena, a condução começou a apresentar sinais de falha e antes de chegar na Estácio o trem descarrilou dentrou do túnel.
Pane geral. Pessoas desesperadas correndo em polvorosa. O condutor do metrô, Rodney Simões, como ele mesmo se apresentou, pediu, futilmente, calma, que era exatamente aquilo que a maioria dos passageiros já não tinha. Flambarda por sua vez só conseguiu pensar "Chama a Ludmilla que é Hoje." Ela estava visivelmente tranquila enquanto o condutor tentava orientar as pessoas nos procedimentos corretos de segurança. Havia mais umas duas ou três pessoas aproximadamente no mesmo estado de espírito, mas certamente não era o geral. Ela pegou o celular da mochila e ligou para a mãe para avisar que o metrô havia descarrilado mas que ela estava bem,
As pessoas do metrô estavam sendo conduzidas em segurança até a próxima estação. A fila de pessoas que andava pela pequena passagem na lateral da linha ferroviária era particularmente grande e duas das pessoas que também pareciam calmas se juntaram a fila. Flambada, o condutor e mais uma pessoa ficaram por último. Ele era bem alto e bem caucasiano, mas se destacava pois usava uma camisa negra de malha que fazia contraste com a sua pele. A calça jeans também era bastante escura, mas o cabelo era bastante grande, crespo e desgrenhado. Isso não a incomodava, mas o fato dele ter ficado junto com ela e com o condutor sim. Tanto é que ela ligou para Sofia para contar o ocorrido e a situação em que se encontrava, ao final da ligação o condutor riu disse que ele estaria lá para ajudá-la.
No momento em que chegou o final da fila, o condutor pediu para que eles saíssem também e Flambarda o fez imediatamente, mas como era de se esperar, o rapaz remanescente a impediu puxando-a pela camisa e lançando ela contra o trem descarrilado. O Condutor até tentou reagir, mas ele foi socado duas vezes e lançado para longe também. Flam se levantou e foi tentar correr para sair, mas escutou uma corrente elétrica forte passar pela linha férrea e viu o vagão que ela estava entrar em chamas.
Desesperada ela olhou para o homem que andava lentamente em direção a ela com um sorriso no rosto como de quem acabara de triunfar sobre algo. O sentimento foi tão forte dentro dela que novamente as chamas da luva se manifestaram, o que dobrou o desespero dela e fez as chamas aumentarem ainda mais. A respiração dela era muito rápida e seu coração batia de forma extremamente acelerada e a fuligem da queima do outro vagão começava a tomar o lugar lentamente.
Ela pensou rápido. Guardou a posição do condutor do metrô, que assistia a situação pasmo, e calculou aproximadamente a posição de seu algoz. Ela engoliu em seco vendo a fuligem descer, correu e desferiu um soco com toda a sua força e desespero no vazio. Felizmente os seus cálculos estavam certos e acertou ele bem em cheio na boca do estômago. Ela sentiu o impacto na própria mão seguido do barulho de algo batendo na parede do túnel. Ela pegou o condutor ajudou ele a se apoiar nela e sairam o mais rápido que puderam dali.
Até que o condutor falou... - Mandou bem, Flam.
Ela passa 1h do dia na cozinha comendo cereal com leite, nessa ordem especifica, e vendo o bendito programa. Daí quando acaba o programa é hora de fazer aquela coisa difícil, se arrumar pra ir pra faculdade. Fica ainda mais difícil porque ela lembra que tem amigas e geralmente decide colocar o celular no Viva-voz dentro do banheiro. Por causa disso ela toma banho frio porque a mãe já avisou que a conta de luz vem muito cara pra tomar banho quente.
E ela ainda tinha que contar das amigas daquele sonho de ontem. Fabiana certamente diria um monte de abobrinha sobre o que ela sonhou, por outro lado, Sofia gostava daquela linha de Freud que analisava os sonhos, então fazia todo o sentido ligar pra ela.
- Alô, Flam?
- Oi Sofia! Tudo bem?
- Me ligando do banho de novo? - O barulho da água caindo do chuveiro
- É, uai! To me arrumando pra ir pra faculdade.
- Ta, mas que que se sucedeu?
- Ah, eu tive um sonho muito louco.
- Conte-me.
- Ah, tinha um cara de sunga no meu sonho com o nome de Labareda. Ele era até bonitinho mas não fazia o meu tipo.
- Ih, Flam, isso aí tá com cara de ser falta...
- Também achei, mas ele falou que era essa luva bendita que eu não consigo tirar. E umas coisas de salvar o mundo.
- Bom, nome de super heroína você já tem, né?
- Ha ha ha. Muito engraçado, Sofia.
- Já pensou que realmente o sonho e o real estão interligados?
- Eu não quero nem pensar nisso. Salvar o mundo... ...Deixa isso pro homem de ferro. - Flambarda desligou o chuveiro ao terminar de falar essa frase.
- Mas é, Flam. Tem tudo pra ser devido aos acontecimentos estranhos recentes na sua vida. Primeiro você achou essa luva, ontem pegou fogo no banheiro, agora teve esse sonho estranho... ...Junta as peças.
- Ate tu, Brutus? - Nisso ela já estava no quarto escolhendo a roupa, apesar de não ser uma tarefa difícil.
- E você parece ter outra escolha? Essa luva não vai sair da sua mão.
- Tá... - Ela disse desamparada. - Eu vou desligar e a gente se fala na faculdade.
Flambarda olhou pra luva, pensou novamente no que sua amiga disse e voltou pro banheiro. Nua, de frente para o espelho. levantou a mão ainda confusa sobre tudo o que estava acontecendo, mas disposta a tentar. Ela fechou os olhos, cerrou o punho e pensou e se deixou sentir uma raiva do próprio destino.
Ainda sentindo a raiva, ela abriu os olhos, e viu que nada acontecia. Nenhuma manifestação de fogo, nem nada de diferente. Desamparada novamente, voltou ao quarto e se arrumou para ir a faculdade. O taradão do 404 não parecia estar por perto então ela chamou o elevador e aguardou. Quando o elevador chegou, não havia ninguém, e ele também não parou em nenhum outro andar que não o térreo. - Um dia atípico. - Ela pensou, mesmo sem saber que o dia para ela seria atípico.
Ela pegou o metrô na Saens Peña como era esperado em direção ao centro. Ela pegou no primeiro vagão pois por alguma razão inexplicável era sempre o mais vazio. Ao chegar na estação de Afonso Pena, a condução começou a apresentar sinais de falha e antes de chegar na Estácio o trem descarrilou dentrou do túnel.
Pane geral. Pessoas desesperadas correndo em polvorosa. O condutor do metrô, Rodney Simões, como ele mesmo se apresentou, pediu, futilmente, calma, que era exatamente aquilo que a maioria dos passageiros já não tinha. Flambarda por sua vez só conseguiu pensar "Chama a Ludmilla que é Hoje." Ela estava visivelmente tranquila enquanto o condutor tentava orientar as pessoas nos procedimentos corretos de segurança. Havia mais umas duas ou três pessoas aproximadamente no mesmo estado de espírito, mas certamente não era o geral. Ela pegou o celular da mochila e ligou para a mãe para avisar que o metrô havia descarrilado mas que ela estava bem,
As pessoas do metrô estavam sendo conduzidas em segurança até a próxima estação. A fila de pessoas que andava pela pequena passagem na lateral da linha ferroviária era particularmente grande e duas das pessoas que também pareciam calmas se juntaram a fila. Flambada, o condutor e mais uma pessoa ficaram por último. Ele era bem alto e bem caucasiano, mas se destacava pois usava uma camisa negra de malha que fazia contraste com a sua pele. A calça jeans também era bastante escura, mas o cabelo era bastante grande, crespo e desgrenhado. Isso não a incomodava, mas o fato dele ter ficado junto com ela e com o condutor sim. Tanto é que ela ligou para Sofia para contar o ocorrido e a situação em que se encontrava, ao final da ligação o condutor riu disse que ele estaria lá para ajudá-la.
No momento em que chegou o final da fila, o condutor pediu para que eles saíssem também e Flambarda o fez imediatamente, mas como era de se esperar, o rapaz remanescente a impediu puxando-a pela camisa e lançando ela contra o trem descarrilado. O Condutor até tentou reagir, mas ele foi socado duas vezes e lançado para longe também. Flam se levantou e foi tentar correr para sair, mas escutou uma corrente elétrica forte passar pela linha férrea e viu o vagão que ela estava entrar em chamas.
Desesperada ela olhou para o homem que andava lentamente em direção a ela com um sorriso no rosto como de quem acabara de triunfar sobre algo. O sentimento foi tão forte dentro dela que novamente as chamas da luva se manifestaram, o que dobrou o desespero dela e fez as chamas aumentarem ainda mais. A respiração dela era muito rápida e seu coração batia de forma extremamente acelerada e a fuligem da queima do outro vagão começava a tomar o lugar lentamente.
Ela pensou rápido. Guardou a posição do condutor do metrô, que assistia a situação pasmo, e calculou aproximadamente a posição de seu algoz. Ela engoliu em seco vendo a fuligem descer, correu e desferiu um soco com toda a sua força e desespero no vazio. Felizmente os seus cálculos estavam certos e acertou ele bem em cheio na boca do estômago. Ela sentiu o impacto na própria mão seguido do barulho de algo batendo na parede do túnel. Ela pegou o condutor ajudou ele a se apoiar nela e sairam o mais rápido que puderam dali.
Até que o condutor falou... - Mandou bem, Flam.
Mas que porra foi essa marreco? Descarrilar um trem pra Power Ranger aprender a morfar? Gostei!
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