O ciclo estava acabando. Gyff já havia executado diversos trabalhos para diversas pessoas. Estava com grana sobrando, estava na hora de curtir os festivais de fim de ciclo. As casas de todo o mundo se enfeitavam, e Amaquabá adiquiria um gosto especial por reunir tantos povos e tantas culturas diferentes.
Isso obviamente gerava alguma discussão entre a própria sociedade, mas não era algo que os governantes estivessem realmente preocupados. Eles tinham de dar a sua própria festa que ja era oferecida em seu reino antes mesmo das guerras raciais. Gyff participou de diversos encerramentos de ciclo com Cowboy, mas dessa vez seria diferente.
Do outro lado da cidade, uma Gueixa encerrava um atendimento em uma casa de chá. A maioria das gueixas iria passar o final do ano bebendo e festejando com algum cliente em alguma dessas casas, mas não é o caso de Tsumomo. O expediente do dia anterior geralmente é mais melancólico e menos festivo e fica ainda mais desse jeito na madrugada entre o penúltimo e o último dia. Ela só queria voltar pra casa pra descansar.
A Succubus chegou em casa e deitou na cama com o mesmo kimono com o qual chegara. É particularmente doloroso para ela passar mais um fim de ciclo sem o marido e sem o filho. Ambos morreram fazendo aquilo que eles faziam de melhor que ela nunca foi capaz de fazer: Salvar o mundo.
Gyff foi convidado por Nightstar a comparecer em uma casa de chá badalada, mais longe do centro, onde haveria bastante comida e bebida. Comer. beber, jogar conversa fora, sem pagar nada? É o tipo de programa que ele gosta. Apesar dele saber que a atração principal do local é um pátio aberto, e o tempo já dava sinais de chuva.
Ele foi recebido calorosamente. As pessoas já nem ligavam muito pra quem fazia parte da festa. A casa de chá também não se importava muito porque sabiam muito bem o que cobrar de cada um. Mesmo que eles não tentassem pagar, certamente as gueixas e as outras casas de chá saberiam tomar as providëncias necessárias.
Tsumomo acordou algum tempo depois, trocou de roupa e foi ao mercado comprar comida para fazer uma ceia mínima. Não tinha intenção de festejar nada, mas sabia que logo os restaurantes estariam fechados e a comida teria de ser feita em casa. A chuva começou quando ela retornava para casa levando um saco de compras.
Ela deixou as compras na mesa e parou na porta de casa observando a chuva e as pessoas indo e vindo. As lembranças de seu marido e seu filho, e de cada um de seus amigos dos quais ela sentia saudade que provavelmente não poderiam estar ali. A gueixa perdeu a noção do tempo em meio as suas lembranças até que ela ouviu a voz de Lina vindo de dentro de casa.
- Está pronto, Tsumomo!
A voz reconfortante da amada acordou a succubus de seu auto-transe e fez com que ela voltasse a realidade. Por mais nostalgia que seu coração sofresse, talvez essa fosse a melhor chance de recomeçar do zero, e quem sabe, talvez, adicionar mais alguma memória boa dentre as muitas que ela teve.
Enquanto isso, na casa de chá, Gyff festejava com diversas pessoas com quem ele nem fazia idéia. Havia fermentus negra em sua caneca, e um prato cheio de comida do qual ele beliscava algo ocsaionalmente. Várias pessoas em volta conversando sobre quaisquer coisas mundanas enquanto ele apenas conseguia pensar em qual seria a próxima tarefa e o quão longe ele teria de ir dessa vez.
E assim se encerra mais um ciclo no mundo. O dia seguinte amanhece como qualquer outro do ciclo anterior.
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