Ciência é uma coisa complicada. Você olha um monte de coisa, faz um monte de suposições, testa essas suposições e no final tudo o que você pensava que era não tem nada a ver.
A foto é do Euler, pq ele é foda.
Recentemente uma notícia foi publicada sobre os estudos feitos usando equipamentos de tomografia. O estudo pode ser encontrado aqui: http://www.pnas.org/content/113/28/7900.abstract
Só que essa pedra já estava sendo cantada desde 2007: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1053811907010804
Mentira, desde 1998: https://pdfs.semanticscholar.org/b35e/cd4a6b4ec7184f5fc14b148d038add9520a7.pdf
A questão é que a galera já cantava as pedras dos falsos positivos das ressonâncias magnéticas bem antes da discussão ter sido gerada. Na verdade, é bem comum que, quando um estudo impactante desses aparece, as pessoas comecem a discutir o método científico. Que diga-se de passagem, por mais que seja criticado, ainda funciona.
Mas ele é perfito? Obviamente não, mas ainda é melhor que muita coisa. Muitas vezes é melhor do que simplesmente pegar algo e aceitar como verdade. Na verdade depende do custo pra se perseguir a verdade. Tem gente que ganha pra isso. Você que não ganha nada, talvez não precisa ficar matutando sobre ciência esse tempo todo.
Então vamos colocar por alto como funciona o método científico. Você pega um fato, qualquer fato, tipo, ferro dá ferrugem. Só que você não sabe exatamente porque o ferro dá ferrugem então você vai ter que fazer alguma coisa pra tentar descobrir porque isso acontece, isso inclui listar o ambiente na qual o ferro está inserido. Você faz isso pra poder formular uma hipótese pra tentar explicar o que acontece e tentar montar um experimento pra dizer que sua hipótese é validada ou não.
Essa é um das razões pelas quais um resultado negativo é tão importante quanto um positivo na ciência. Tecnicamente o resultado negativo pode ser até melhor que o positivo, porque a quantidade de experimento possíveis para se analisar um fato é gigantesco, por isso que quando pensamos em hipóteses, geralmente adotamos o princípio da "Navalha de Ochram".
Legal, e porque a gente credita em tanta coisa que não foi necessariamente validada ainda? Porque funciona. Veja bem, tem coisas que foram até invalidadas mas a gente continua usando pelo simples fato de funcionar ser mais cômodo dessa forma. O maior exemplo disso está na transição da física clássica para a física quântica. A segunda explica mais fenômenos que a primeira, mas a gente continua usando a primeira, até porque a segunda, no momento, confirma diversos fatos da primeira, mesmo que parcialmente.
Aí que vem a coisa curiosa. Enquanto uma coisa funciona, ela é verdade, mesmo que parcial. Isso é meio babaca por parte da ciência porque torna os cientistas meio preguiçosos, apesar de gerar uma segunda classe de cientistas que estão dispostos a desprovar as teorias vigentes, tipo os terraplanistas que acreditam que a terra é plana. E até tem um desafio bastante curioso. Provar que uma gota d`água gruda em um pedaço de matéria no vácuo.
O grande lance é, independente do método científico existir ou não, nós consideramos verdade aquilo que continua funcionando, até que algo venha e nos prove do contrário. Fato, algumas pessoas continuam mantendo verdades apesar das evidências que contradizem suas hipóteses.
Será que vale a pena manter o método científico apesar dessas brechas na busca pela verdade?
Imagens:
https://en.wikipedia.org/wiki/Leonhard_Euler
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