- E então? O que a gente faz?
- Eu não sei, eu gostaria de ter a resposta pras coisas mas não é tão simples.
- Como assim não é tão simples? É só me deixar sair.
- Eu não posso deixar sair algo que nem é real
- Você ta dizendo que eu não sou real? Eu sou mais real que muita coisa por aí.
- Não tem como você ser real, senão você estaria aqui bem antes.
- É só você mesmo sentir. Você mesmo já não se aguenta mais.
- E você aguentaria?
- Eu honestamente não sei, mas pelo menos podia aliviar sua pressão.
- A sua mera existência já me causa pressão o suficiente.
- Então você admite que eu sou real?
- Eu não sei!
- Claro que sabe! Só não quer admitir!
- De forma alguma. Você vai causar muito impacto
- Quem vai causar é você que está se comportando como uma bomba relógio.
- Não! Eu não vou explodir!
- Vai! E digo mais, não parece uma bomba relógio, parece mais uma panela de pressão no fogo.
- E você pelo visto só vai aumentar a pressão né?
- Eu não preciso fazer isso porque você mesmo já faz!
- O risco de aliviar a pressão é muito grande.
- Aliviar a pressão é pior do que estourar?
- Nesse caso é porque não tem como aliviar a pressão sem causar dano
- Nós dois sabemos o que está em jogo
- E é por isso que eu preciso virá-lo.
- E você tem alguma idéia de como fazer isso?
- Não. Você sempre volta.
- Você sabe como me deixar ir.
- Nem pensar.
...
- E então? O que a gente faz?