A gente vê por aqui...
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
Reiniciando a Humanidade
domingo, 26 de dezembro de 2021
Flambarda - A Detetive Elemental #57
- E aí, vai pedir um Uber pra mim? - Flambarda perguntou
- Eu?
- Três socos, querido. A série só conta pra um.
- Mas já tem duas horas.
- Eu tô cobrando pouco pelo soco.
- Cê joga baixo.
- Eu juro que eu tento, nem sempre dá.
- Cê sabe que dá.
- Ê ê. Não vai rolar.
- Droga.
Foi uma tentativa frustrada de flerte. Enquanto Flambarda simplesmente tentava aproveitar o momento o máximo pra se recuperar porque os golpes ainda estão doendo, ainda mais combinados com cólica. Até que ela foi pega de surpresa.
- E se a gente... - Entrenós começou
- A gente o que?
- Trocasse de papel.
- Como assim?
- É, eu tenho uma cinta ali...
- Pera... como?
- É...
- Cê quer que eu... te coma?
- Falando desse jeito parece meio agressivo.
- Não. Não. Não vai rolar. - Ela se levantou. - Olha, isso tá ficando estranho. Eu não to pronta pra isso. - Ela foi se arrumando de volta. - Escuta, eu perdôo os outros dois socos tá? Já tenho seu endereço e eu te juro que quando der eu vou atrás de você.
- Mas...
- Só... me deixa sair, por favor.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Triunfo e Violência (16+)
Eram 23:37. Chovia pesado. Amit reuniu um grupo e eles finalmente iniciaram o seu plano de tomada da casa do governador. Acompahando o noticiário, era possível ver que ele gerava violência para poder vender segurança pública. Algo comum de todos eles. Covardes que se agarram ao poder e depois se utilizam de toda e qualquer tática suja para lá se manter. Não basta apenas fornecer pão e circo a comunidade, mas é preciso também manter o controle. É difícil de dizer qual é a extensão da violência que de fato é praticada por pessoas mal intencionadas e qual é praticada a mando de um poder apenas para exercer controle e opressão, mas é fato, investigado até por Comissões Parlamentares de Inquérito. Acontece que para que qualquer providência seja tomada, ainda depende do ministério público.
Não dá pra esperar a boa vontade dos funcionários em exercer o poder em suas mãos. Já não era a primeira vez que isso acontecia, e certamente não seria a última se nada fosse feito. As camadas mais baixas da sociedade clamam por respostas apenas para serem sufocadas em seguida por policiais e pela mídia que tenta pintar que existe uma realidade perfeita, mesmo quando essa violência toca as pessoas da classe média. Amit estava disposte a ser essa resposta. 20 anos, sofreu bastante por não saber exatamente onde se encaixar em seu papel de gênero, porém certamente em uma medida diferente de sues amigues negres, algumes dos quais nem estão vives para poder contar sua própria história.
O pau de Amit talvez fosse uma expressão de masculinidade que contrastava com a maquiagem bem feita e o cabelo alisado. Roupas discretas, desenhando e tentando vender os desenhos, porque nunca foi incentivade a expressão corporal, mas geralmente vendendo o corpo no final das contas. Talvez a falta de evidência fosse sua maior aliada nisso, porque não era uma figura pública tentando agir contra o poder. Elu e seu grupo de proscrites armades com paus, pedras, canos, e o que mais fosse capaz de se arrumar nos becos e nos guetos, estavam prontes para atacar.